Se formos pedir para qualquer pessoa analisar como foi o ano de 2014 para o futebol brasileiro creio que não teremos ninguém que falará coisas positivas, principalmente por conta da humilhação que foi a eliminação nas semi finais da Copa do Mundo para a Alemanha em pleno Mineirão por 7 a 1, caso fosse 6 a 1 ainda poderíamos perguntar se era tênis o esporte, mas até essa piada perdemos.
Mas apesar desse episódio ser o suficiente para repensarmos inúmeros pontos que temos para melhorar em nosso futebol a CBF, federações e cartolas parecem achar que isso não passou de um apagão ou forte pressão psicológica por estar disputando dentro de casa a competição, sendo que qualquer um que esteja fora dessa panela enxergue que temos mudanças urgentes e profundas a realizar em todos os departamentos e estágios desse esporte que mexe com 99% dos corações da nação.
Além do filme de terror que aconteceu com a seleção pentacampeã os nossos clubes não foram bem nas duas competições internacionais do nosso continente, na principal delas, a Taça Libertadores da América a fase que ainda tínhamos um representante brasileiro foi nas quartas de final com o atual bicampeão brasileiro Cruzeiro que foi eliminado em pleno Mineirão pelo futuro campeão San Lorenzo, as outras equipes foram o Atlético/MG (eliminado nas oitavas de final pelo Atlético Nacional da Colômbia), o Grêmio (eliminado nas oitavas de final pelo San Lorenzo), Atlético/PR, Botafogo e Flamengo (não passaram da fase de grupos), dessa forma uma final ficou sem uma equipe brasileira desde 2004 e sem um representante na semifinal desde 1991.
Na Sulamericana que as equipes brasileiras costumam desdenhar esse ano foi diferente, com a maioria levando a sério em especial o São Paulo que queria muito o título tendo em vista que a peleja nacional já estava nas mãos dos mineiros e seria a possível despedida do ídolo Rogério Ceni (que acabou não se aposentando) e justamente a equipe do Morumbi foi a que conseguiu ir mais longe chegando nas semi finais onde foi eliminada pelo Atlético Nacional da Colômbia em pleno Morumbi nas penalidades.
Além desses eventos dentro das quatro linhas, do lado de fora tivemos vários clubes atrasando salários, torcidas organizadas invadindo centros de treinamentos e agredindo jogadores e a tão esperada lei de responsabilidade fiscal do esporte (LRFE) que parcela as dívidas dos clubes em pequenas prestações não foi aprovada e pelo jeito só sairá ano que vem.
Como se pode notar temos muitas coisas a arrumar e infelizmente me parece que com as pessoas que atualmente administram o nosso futebol isso não acontecerá, sinto falta de uma figura que una todos em volta de si e que tenha uma mente moderna e não essa que vem se arrastando há anos onde as federações são dependentes da CBF e consequentemente não trabalham para a evolução do esporte ou no mínimo não na velocidade que se precisa.
A Alemanha com toda a sua organização e sua política de controle de gastos em relação a arrecadação demorou de 2002 a 2014 para conseguir um título mundial e também de fazer com que o seu campeonato nacional dispute com o inglês para ser o melhor do mundo, sendo que não depende de sheiks ou milionários para bancar seus times; agora imagine aqui no Brasil quanto tempo demorará.
Espero que não precisemos de um novo 7 a 1 para acordar e que os nossos dirigentes façam as mudanças e adequações necessárias para que o futebol canarinho volte a brilhar e ser destaque pelas goleadas aplicadas e não as sofridas.
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